Parque da Várzea

e frente ribeirinha

Parque da Várzea e Costeiras de Loures

 

A Várzea localiza-se no coração do concelho de Loures. Ocupa uma área central pouco povoada, ligando as cidades de Loures e Sacavém, mas também São Julião do Tojal, Santo Antão do Tojal, Santo António dos Cavaleiros, Frielas e Unhos. O objetivo da Câmara Municipal de Loures é valorizá-la e dar a conhecer este elemento fundamental do concelho, até porque ainda são muitos os que desconhecem esta zona do território.

A presença constante da água em rios, ribeiras, valas, pauis, salgados e salinas, legou a esta área riqueza em solos férteis e vias de comunicação que marcaram, no passado, a economia, tradição e cultura dos aglomerados ao seu redor. A ocupação agrícola, ainda dominante e florescente, conserva o valor económico desta área e oferece uma paisagem ampla e pitoresca que apetece percorrer e descobrir.

 

Ainda que a Várzea e Costeiras de Loures seja pouco povoada, ao seu redor reside quase 80% da população do concelho de Loures, que a ela poderá facilmente aceder para atividades de recreio, desportivas, culturais, pedagógicas, turísticas, de observação da natureza e também para atividades ligadas à agricultura, como visitante, consumidor ou mesmo agricultor.

Foi nesse sentido que o novo Plano Diretor Municipal (PDM) previu a criação da Unidade Operacional de Planeamento e Gestão B – Várzea e Costeiras de Loures, com uma área de 1733 hectares (11% da área do concelho) de solo rural, e, valorizando a Várzea de Loures enquanto entidade central, de identidade e coesão concelhia.

 

A Câmara Municipal de Loures pretende que a Várzea seja assumida como uma mais-valia a nível ambiental, social, económico e patrimonial, chamando a atenção para a importância de preservar e potenciar o valor económico dos usos e atividades agrícolas que dominam esta área, dar a conhecer os caminhos e quintas seculares que integram o vasto património cultural ali existente, mas, principalmente, promover o valor ambiental existente na rede de rios, ribeiras, pauis, sapais e salinas que, povoadas por um conjunto de aves, anfíbios e peixes raros, fazem da Várzea um ecossistema onde prolifera a biodiversidade.

 

O projeto Parque Agrário da Várzea e Costeiras de Loures pretende, assim, garantir, neste território, os usos do solo que melhor compatibilizam as funções de produção agrícola com as de conservação da natureza e biodiversidade, de regulação ambiental, de identidade cultural e de recreio e lazer da população, através das seguintes ações:

 

 › Controlo de cheias e adaptação às alterações climáticas;

 › Restauro ecológico de linhas de água, conservação de outros habitats e proteção da biodiversidade;

 › Apoio à agro-silvo-pastorícia, incluindo as costeiras e as zonas de interface agro/urbanas;

 › Proteção e divulgação do património cultural;

 › Instalação de rede de caminhos pedonais e clicáveis, zonas de estadias e miradouros;

 › Promoção da vivência do parque pela população através do desenvolvimento de conteúdos, ações e atividades.

Valorização da Frente Ribeirinha

 

O território oriental do concelho de Loures, densamente povoado, tem uma extensão considerável de frente do Estuário do Tejo, correspondendo a uma faixa com cerca de 5,5 quilómetros de sapal com grande valor ambiental e paisagístico e que, futuramente, será possível percorrer a pé ou de bicicleta, parando para olhar o rio.

 

O sapal, que constitui 1% do território concelhio, situa-se na Reserva Natural do Estuário do Tejo, uma das maiores zonas húmidas da Europa e o maior santuário de vida selvagem do país, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.

 

A criação de um passeio ribeirinho, pedonal e ciclável, junto ao rio Tejo e a nascente do IC2, constitui uma oportunidade para iniciar e impulsionar um processo de mudança com vista à regeneração da frente urbana em que se insere. Para já, iniciou-se a candidatura ao PORLisboa, para os estudos e prospeção geológica, geotécnica e topografia necessários à concretização do projeto da Valorização da Frente Ribeirinha. A ideia é iniciar a reconversão de áreas industriais desativadas e obsoletas, valorizando o património industrial e também as igrejas, palácios e quintas da encosta, insistindo sempre na diminuição das barreiras físicas e visuais. Pretende-se ainda encarar as estações de caminho-de-ferro como potenciais interfaces de transportes coletivos, equacionando-se a criação de corredores verdes entre o rio e os aglomerados urbanos da encosta, de modo a aproveitar as ribeiras existentes.

 

Valorizando o Estuário do Tejo como elemento estruturante da Área Metropolitana de Lisboa, o Passeio Ribeirinho do Tejo irá articular-se com os percursos dos municípios de Lisboa e Vila Franca de Xira, e também com os futuros caminhos do Parque Agrário da Várzea e Costeiras de Loures. O objetivo é a promoção da mobilidade sustentável, de estilos de vida mais saudáveis e a redução das emissões de carbono.

 

O passeio terá diferentes perfis, com troços sobre estacaria e aterro. Articular-se-á com os aglomerados habitacionais, aproveitando e melhorando os seis atravessamentos existentes sobre a linha de caminho-de-ferro e construindo novos atravessamentos pedonais sobre o IC2. O projeto inclui, ainda, o restauro das ribeiras afluentes do Tejo e a utilização dos pontões existentes como áreas de estadia para fruição do rio.