Parlamento

Fez precisamente cem anos, no dia 4 de março, que, pela primeira e única vez, deputados da Assembleia da República foram obrigados a reunir fora da sede do Parlamento. Os deputados republicanos, afetos ao partido de Afonso Costa, foram impedidos de entrar no Palácio de São Bento, por forças controladas pelo chefe do Governo, Pimenta de Castro. Decidem então reunir-se, a 4 de março de 1915, no Palácio da Mitra, em Santo Antão do Tojal. Estiveram presentes 68 deputados e 22 senadores. A reunião foi presidida por Manuel Monteiro – ex-ministro da Justiça e presidente da Câmara dos Deputados –, sendo figura central Afonso Costa, que apresentou uma moção onde se reconhecia a nulidade dos atos do Governo de Pimenta de Castro e do Presidente da República, Manuel de Arriaga, e se apelava à desobediência.

Depois do Parlamento do Tojal, os democráticos não mais pararam de ‘conspirar’. Tanto eles, como os evolucionistas e unionistas participaram em movimentados congressos partidários, com vista a preparar o período pós-pimentista.

O Governo de Pimenta de Castro terminou com a Revolução de 14 de maio de 1915, levando o presidente Manuel de Arriaga à demissão. Pimenta de Castro foi preso e deportado para Ponta Delgada, onde faleceu em 1918.

A Assembleia da República

e a Câmara Municipal de Loures assinalaram os cem anos

do Parlamento do Tojal.

do Tojal

1915-2015

3 e 4 de março

1915

Conferência de Líderes

4 de março, 11h00

Palácio da Mitra (Palácio dos Arcebispos),

em Santo Antão do Tojal, Loures

 

Pela primeira vez em cem anos, a Conferência de Líderes reuniu fora da Assembleia

da República. Este marco na história parlamentar aconteceu, a 4 de março,

no Palácio da Mitra, em Santo Antão do Tojal. A reunião teve como objetivo assinalar

os cem anos do Parlamento do Tojal, ​ o local onde, há um século, se reuniram

os deputados, impedidos de aceder ao edifício do Congresso por forças controladas

pelo chefe do Governo, Pimenta de Castro.

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