O presente acordo visa a concessão de apoio, no que respeita a bens de primeira necessidade e cuidados médico-veterinários, com especial incidência sobre cães e gatos, a famílias carenciadas detentoras de animais de companhia.

Esta parceria traduz-se na identificação das famílias carenciadas – identificadas como detentoras de animais de companhia –, por parte do Município de Loures e respetiva comunicação à Animalife, que avaliará as necessidades em termos de alimentação, desparasitação, vacinação, esterilização, entre outros atos que se revelem importantes no acompanhamento dos animais de companhia das famílias sinalizadas.

O Município irá ceder também dois espaços à associação, localizados no Centro Comunitário da Apelação, que servirão para atendimento ao público e de armazém para os bens de primeira necessidade. A Animalife irá desenvolver a sua atividade em estreita colaboração com a Unidade de Serviços Veterinário Municipal e a Divisão de Intervenção Social e Saúde da Câmara Municipal de Loures.

“Temos a consciência de que há um número significativo de animais em famílias carenciadas, em particular em comunidades já diagnosticadas, e que as condições que essas famílias têm para prover os seus animais de estimação dos cuidados mínimos não são muitas e, por vezes, são inexistentes”, começou por afirmar o presidente da Câmara Municipal de Loures. “Estes animais têm para estas famílias e, no caso também dos sem-abrigo que temos recenseados e acompanhado, uma importância vital na sua vida, por vezes uma estruturação da própria família e uma certa harmonia que só é possível com a existência de um animal de estimação”, sublinhou Bernardino Soares, acrescentando que, com esta parceria nesta área, “estaremos certamente a proporcionar cuidados necessários aos animais de estimação, bem como a apoiar estas famílias na sua vida, sendo esta uma ocasião feliz”. “Este protocolo que agora assinamos não é um ato isolado na política do Município para esta área do bem-estar animal. Temos vindo a dar passos significativos para melhorar o nosso desempenho nesta área, uma parte deles feitos com a assinatura de protocolos, apostando num conjunto de parcerias que sejam complementares ao trabalho fulcral que a Autarquia tem de fazer, de acordo com as suas responsabilidades legais e também com a prioridade política que temos dado a esta área”, sublinhou o autarca.

“Já terminámos a obra de ampliação do nosso Centro de Recolha Oficial (CRO). Apesar  da ampliação, ele continua cheio, mas consideramos que é preciso tomar um conjunto de medidas a nível nacional, e também a nível local, que possam diminuir o abandono dos animais, em particular, dos cães”, salientou Bernardino Soares, dando destaque a outras intervenções que o Município está a levar a cabo: “Está em curso também uma intervenção para finalmente podermos vir a ter uma sala cirúrgica, com condições para fazer esterilizações, situação que temos vindo a fazer agora com o apoio de parcerias e com outras instituições. Assim como  o gatil, matéria que não tínhamos até agora e cuja obra está também em curso”. O presidente referiu, ainda, o investimento da Autarquia “de cerca de 400 mil euros só em infraestruturas físicas, mas que eram necessárias, porque estávamos atrasados nesta matéria. Em simultâneo estamos a investir em recursos humanos, a melhorar ao nível do pessoal operacional, que é muito importante para toda esta área, procurando pessoas que sejam em número superior, mas que  tenham, o mais possível, uma vocação para aquela função. E temos vindo também a promover fortemente uma campanha de adoções, que é um elemento-chave para a rotatividade do CRO, e feito um esforço muito grande nessa matéria, com campanhas públicas, estando perto de duplicar as adoções que tivemos em todo o ano de 2018. Isto significa que estamos a procurar criar cada vez mais esta consciencialização, de levar o nosso trabalho e, sobretudo, os cães junto dos espaços onde se concentram muitas pessoas, procurando com isso promover a adoção”.

Em jeito de conclusão, o autarca referiu que o Município está a procurar responder, o mais possível, “à situação existente, que é difícil. Temos também a consciência plena de que os municípios não vão conseguir sozinhos resolver este problema. É preciso uma alteração de políticas a nível nacional, com maior sensibilização das pessoas, mas também com a atribuição de mais recursos, quer aos municípios, quer às entidades da Administração Central, para poderem responder melhor a todas estas situações”.

Rodrigo Livreiro, presidente da direção da Animalife, agradeceu “este enorme passo”. “Para nós, enquanto associação de apoio a pessoas em situação de sem-abrigo e famílias carenciadas, reconhecemos a importância que os animais têm no seio familiar. É para nós muito importante conseguir combater o abandono destas pessoas. Tentamos prestar todo o apoio necessário para que a família possa prosseguir a sua vida, melhorar a condição financeira em que se encontra e nunca ter de recorrer ao abandono que, infelizmente, são muitas dessas situações que nós verificamos”, salientou o presidente da associação. “É com enorme orgulho que temos a Câmara Municipal de Loures interessada em colaborar connosco, permitindo-nos prosseguir com o nosso trabalho e, desta forma, potenciar que mais famílias possam manter os seus animais, sem que nada lhes aconteça”, destacou Rodrigo Livreiro.

A sessão protocolar contou também com a presença do vice-presidente da Autarquia, Paulo Piteira, da vereadora Ivone Gonçalves e da presidente da Junta de Freguesia de Loures, Orlanda Rodrigues.