Poeta, crítico literário e encenador português, Gastão Cruz foi o grande vencedor deste prémio literário, que reuniu o consenso do júri em torno de Existência, publicada em 2017, e que António Carlos Cortez, porta-voz do júri, reitera numa descrição singular desta obra.

“Gastão não deixou nunca, como prova este livro, de entoar a poesia como conhecimento, cântico e contacto. E, por isso, a sua voz é, a nosso ver, absolutamente singular na poesia portuguesa dos últimos 50 anos. Este livro Existência é a prova mais evidente que Gastão Cruz é um grande construtor de uma linguagem que nos desafia, porque quando lemos a sua poesia, sentimos uma espécie de estremecimento que não seria possível se não passássemos por esta linguagem onde, engenho, maneirismo e imagens contra a hostilidade do mundo, transformam esse mundo hostil em beleza. Obrigado Gastão Cruz”.

E foram também os poemas da obra premiada que marcaram a abertura desta cerimónia, com um momento cultural e musical protagonizado por Clara e Luís Paniágua Féteiro, do TIL – Teatro Independente de Loures, acompanhados por Ricardo Carvalho, guitarrista do Conservatório d’Artes de Loures.

Feitos os agradecimentos a todos os que participaram na edição 2019 deste prémio e ao grande vencedor, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, fez questão de lembrar que este “é um prémio que junta duas instituições com grande apego à promoção da cultura literária, mas que também adota o nome do galardão que há muitos anos o Município tem vindo a instituir, e que tem sido importantíssimo para promover a criação artística”, acrescentando que o desejo “é que este prémio continue”. 

O autarca sublinhou ainda que prémios como estes “são peças, num conjunto de políticas, iniciativas e atividades que o Município desenvolve para a promoção da cultura, também junto dos jovens artistas e criadores, não só na área da literatura, mas também das artes plásticas, da música, do teatro, e que fazem com que esta aposta na política cultural, seja um investimento imprescindível para a valorização e desenvolvimento do nosso concelho”.

Uma política cultural determinante, segundo José Manuel Mendes, presidente da APE – Associação Portuguesa de Escritores, para a escolha da Câmara Municipal de Loures enquanto parceiro neste prémio que “pretendemos continuar a realizar, ano após ano, sob o nome Maria Amália Vaz de Carvalho”.

A assistir à cerimónia, que decorreu na sala Herberto Goulart, na Biblioteca Municipal Ary dos Santos, esteve o vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Paulo Piteira, e a vereadora Ivone Gonçalves.