A receção de boas-vindas a este encontro teve lugar no dia 11 de setembro, no salão nobre dos Paços do Concelho, em Loures, onde cerca de 25 técnicos dos sete países parceiros foram recebidos pelo presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, e pelo vereador responsável pelo Departamento de Planeamento e Gestão Urbanística, Tiago Matias.

Bernardino Soares começou por destacar a importância do projeto para o Município, referindo “que temos muito a aprender com as vossas experiências”. O autarca fez ainda uma breve apresentação do concelho, “com fortes características rurais e agrícolas”, concentrando também, na sua área geográfica, atividades comerciais e de serviços que lhe conferem um lado urbano. O aumento da população na zona oriental de Loures, entre 1960 e 1970, causado pela fixação de pessoas vindas de outras partes do país em busca de melhores condições de trabalho, bem como a imigração de pessoas oriundas, nomeadamente, dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), com os seus costumes e tradições com forte expressão na agricultura, foram outros dos aspetos mencionados pelo presidente da Autarquia, que salientou que “a tradição faz parte do nosso desenvolvimento e qualifica o território”.

“Que a vossa estadia em Loures e passagem por Portugal sejam produtivas na partilha de conhecimentos”, concluiu Bernardino Soares, desejando uma boa estadia aos parceiros do projeto, bem como apelando à política de participação da população nas decisões municipais, “pois consideramos que é um ótimo contributo para a democracia e que muito contribui para uma melhor organização dos nossos recursos financeiros”. Após esta receção, os parceiros fizeram uma breve visita ao Largo 4 de Outubro e à Igreja Matriz de Loures, tendo ficado a conhecer a história do concelho.

O dia 12 de setembro foi dedicado a sessões de trabalho, nas quais participaram também os membros do Grupo de Ação Local de Loures de forma ativa e dinâmica. O dia terminou com uma visita aos três parques hortícolas de Loures, proporcionando um contacto direto com os horticultores locais, bem como à Praça Monumental, em Santo Antão do Tojal, que contou com um apontamento musical de música barroca.

O último dia da reunião transnacional teve no seu programa, e em paralelo, uma formação do trabalho em rede destinada aos parceiros do projeto, Grupo de Ação Local de Loures e potenciais gardenisers (tutores dos parques hortícolas), que decorreu no Arquivo Municipal, assim como uma sessão de trabalho de balanço, reflexão e partilha de experiências em torno do desenvolvimento urbano sustentável das sete cidades parceiras, que teve lugar na Biblioteca Municipal José Saramago, em Loures.

Financiada e apoiada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no âmbito do programa URBACT, o projeto RU:RBAN consiste numa Rede de Transferência URBACT, que tem por base a troca de conhecimentos e experiências das melhores práticas identificadas nas cidades, para que possam ser compartilhadas e implementadas noutras cidades da União Europeia, fomentando um desenvolvimento urbano integrado e sustentável. No caso da boa-prática do RU:RBAN, é posto em prática o desenvolvimento de capacidades de gestão de hortas urbanas comunitárias, através da formação de agentes que promovam a cidadania e a governança das hortas.

O modelo de gestão de hortas urbanas em Roma será a boa-prática a ser adotada e transferida para as cidades parceiras: Loures (Portugal), Vilnius (Lituânia), Cracóvia (Polónia), Caen (França), Corunha (Espanha) e Salónica (Grécia).

Em Loures, esta boa-prática irá promover a agricultura em modo biológico e a sustentabilidade no concelho, através do trabalho em rede. O grupo de trabalho, em parceria com as associações, os horticultores e o Grupo de Ação Local, responsáveis por implementar o projeto no Município, irá criar e organizar parques hortícolas em três zonas do concelho: Urbanização da Quinta do Conventinho, em Loures; Terraços da Ponte, em Sacavém; e Bairro da Petrogal, na Bobadela.