Sob iniciativa e coordenação do Museu de Polícia Judiciária (MPJ), o Projeto SOS Azulejo nasceu da necessidade de combater a grave delapidação do património azulejar português que se verifica atualmente. Com o objetivo de otimizar recursos necessários à efetiva proteção e valorização deste património, juntaram-se a este projeto as seguintes entidades: Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), Instituto Politécnico de Tomar (IPT), Universidade de Aveiro (UA), Universidade de Lisboa – Instituto de História de Arte – Rede de Investigação em Azulejo (UL-IHA-RIA), Guarda Nacional Republicana (GNR) e Polícia de Segurança Pública (PSP).
Das muitas iniciativas e ações desenvolvidas pelo projeto, e que promovem a salvaguarda do património azulejar português, há a destacar os Prémios SOS Azulejo. Estes prémios destinam-se a galardoar a excelência dos melhores trabalhos, projetos, estudos, contributos, obras artísticas e ações de proteção e valorização do património azulejar português, reconhecendo assim a sua riqueza e valor incalculáveis.
A 10.ª edição destes prémios, que decorreu no dia 23 de maio, atribuiu oito menções honrosas, das quais se destaca a menção Ex aequo História de Arte, atribuída à Câmara Municipal de Loures, que apresentou o trabalho realizado no âmbito das comemorações dos 150 anos do nascimento de Jorge Rey Colaço, com a organização da Conferência Jorge Colaço. Conhecer, divulgar e preservar, realizada no dia 26 de fevereiro de 2018, no Museu de Cerâmica de Sacavém. A conferência contou com dez comunicações de investigadores da obra azulejar de Jorge Colaço e mais de uma centena de participantes. As comunicações foram escritas pelos autores e editadas numa publicação digital – Memórias da Conferência Jorge Colaço. Conhecer, divulgar e preservar. A acompanhar estas comemorações, a Câmara de Loures realizou uma Mostra Documental Jorge Colaço, sobre os azulejos do artista, produzidos na antiga Fábrica de Loiça de Sacavém, entre 1904 e 1923. A investigação que deu lugar a esta mostra documental foi também vertida num texto, incluído na publicação digital, e ainda apresentada no Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, em junho de 2018, e no Museu Municipal Carlos Reis (Torres Novas), em outubro do mesmo ano.
O contributo deste trabalho colocou na ordem do dia a salvaguarda, a promoção e a divulgação do trabalho de Jorge Colaço em azulejaria artística, ainda hoje in situ, e tão apreciado por portugueses e estrangeiros. A realização da conferência no Museu de Cerâmica de Sacavém simbolizou, de alguma forma, o regresso de Jorge Colaço ao lugar que lhe proporcionou as condições e os meios artísticos para criar os seus painéis de azulejos artísticos, ainda hoje reconhecidos e apreciados nos edifícios para os quais foram encomendados. A edição das memórias da Conferência fixa um legado de investigação atual, para a bibliografia deste artista maior da azulejaria portuguesa.
Além dos cinco prémios igualmente atribuídos pelo MPJ, há ainda a referir a atribuição do prémio de carreira 2018, entregue à arquiteta e urbanista Dora Alcântara, que muito tem feito pela História de Arte portuguesa e brasileira, e que marcou presença na cerimónia de entrega dos Prémios SOS Azulejo 2018, que se realizou no dia 23 de maio, no Palácio dos Marqueses de Fronteira, em Lisboa.