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Comportamentos aditivos

Fórum Nacional Álcool e Saúde realizado em Loures

17.04.2019

O Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, em Loures, recebeu, no dia 11 abril, a reunião anual do Fórum Nacional Álcool e Saúde (FNAS).

  • Fórum álcool e saúde 2
  • Fórum álcool e saúde 1

 

A reunião, realizada em Loures, teve como objetivo dar a conhecer o ponto de situação das atividades do FNAS, bem como apresentar os dados referentes ao álcool em Portugal e na Europa.
O subdiretor geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos (SICAD), Manuel Cardoso, avançou com os dados referentes ao País, referindo que, nos últimos anos, o número de mortes devido ao consumo nocivo de álcool aumentou. Os últimos dados oficiais são de 2016 e apontam para 2515 mortes, mais 165 do que em 2014. Desde 2014, cresceu também o número de vítimas mortais em acidentes de viação devido ao consumo de álcool.
As mulheres portuguesas estão a consumir cada vez mais álcool, o mesmo acontecendo entre os mais novos e na faixa etária acima dos 45 anos.
Presente na reunião esteve o Presidente do FNAS, João Goulão, que, face aos participantes presentes, entre eles representantes de instâncias governamentais, da sociedade civil, da academia e dos setores de produção e distribuição de bebidas alcoólicas, referiu ser importante “encontrar caminhos comuns, tentando aprofundar aquilo que nos une e valorizar menos aquilo que nos separa no desenvolvimento de políticas relativas a esta temática do consumo do álcool”.
Na ocasião, também o presidente da Câmara Municipal de Loures, presente na sessão de abertura do FNAS, reforçou a ideia de que “este fórum consiga comprometer um conjunto de entidades públicas e privadas, com objetivos no sentido de intervirem nesta área para reduzir a dependência do álcool”.
“Para Loures, trata-se de uma matéria particularmente significativa”, referiu Bernardino Soares. “Temos vindo a desenvolver projetos nesta área, mas temos consciência de que há ainda muito caminho para percorrer”.
“Estamos apostados, agora, em conhecer melhor esta realidade, com particular enfoque na população estudantil”, adiantou. “Parece-nos essencial conhecer um pouco mais dos hábitos de consumo e das realidades concretas que temos na nossa população estudantil, em que o fenómeno do consumo abusivo de álcool é, sem dúvida, um fator importante e que precisamos cuidar”, concluiu o autarca.
Raquel Duarte, secretária de Estado da Saúde, encerrou a ordem de intervenções: “Temos sido demasiado complacentes em relação ao consumo de álcool. É inaceitável os dados que temos relativamente às consequências do consumo nocivo de álcool. São dos piores a nível da Europa”, lamentou. “Há um longo caminho a percorrer e várias soluções a apontar, bem como estratégias a definir”.
“Temos também de mudar mentalidades. A população não pode achar aceitável o consumo nocivo do álcool”, referiu Raquel Duarte. “É um problema que tem de ser combatido de uma forma conjunta, envolvendo todos, desde as crianças pequenas às pessoas mais velhas”.
Do programa fez, ainda, parte a mesa Municípios com Vidas Saudáveis, com destaque para a participação da Câmara Municipal de Loures que, através da Divisão de Segurança, Saúde Ocupacional e Apoio Psicossocial (DSSOAP), apresentou o trabalho efetuado na área da prevenção do consumo do álcool.
No Município está em vigor, desde 2016, o Regulamento de Prevenção e Deteção do Consumo Excessivo de Álcool e outras Substâncias em Meio Laboral, que pretende ser um instrumento dissuasor do consumo de substâncias psicoativas em meio laboral. A DSSOAP tem ao dispor dos trabalhadores uma equipa multidisciplinar constituída por médico, enfermeiro, psicólogo e técnico de serviço social, que acompanha todos os trabalhadores que necessitem deste apoio.
Com a entrada em vigor deste regulamento, a DSSOAP tem vindo a dinamizar um conjunto de ações de informação, privilegiando a presença dos trabalhadores em exercício de funções públicas na Câmara Municipal, cujo posto de trabalho exija elevada precisão ou que envolva riscos consideráveis para os próprios ou para terceiros. No total, são mais de 1500 os trabalhadores abrangidos por ações de informação e sensibilização para as questões do álcool e de outras substâncias.
De referir que, entre 2016 e 2018, nenhum dos trabalhadores sorteados para rastreio apresentou um teste positivo no âmbito do consumo de álcool, apresentando o Município uma taxa de incidência de 0%.

 


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