Uma sessão de cinema lotada, no dia 12 de abril, para assistir ao filme Raiva, de Sérgio Tréfaut, contou com a presença de um dos atores do elenco, Diogo Dória.

Um filme emocionalmente forte, inspirado na obra de Manuel da Fonseca, Seara de Vento, de 1958.  Um clássico no neorrealismo português, censurado pelo Estado Novo, sobre a pobreza, a opressão e as injustiças sociais, que conta a história verídica de um agricultor sem trabalho que, para sustentar a família, mata o tiro o senhor da terra, um latifundiário, num episódio que ficou conhecido como a “tragédia de Beja”, ocorrido na década de 1930.

No final, Diogo Dória falou da imagem a preto e branco, dos silêncios e das caras e corpos que dizem mais do que as palavras. Aspetos que emocionaram alguns dos presentes que, sendo originários do Alentejo, se identificaram com este retrato.

Raiva conquistou o Prémio Sophia da Academia Portuguesa de Cinema, nas categorias de melhor filme, melhor fotografia, atriz principal, ator principal, ator secundário e melhor argumento adaptado.  Diogo Dória elogiou ainda os seus colegas atores, sobretudo Hugo Bentes, que não sendo ator, venceu o prémio de melhor ator principal.

Um filme importante para compreender a realidade social e a história de Portugal no século XX, exibido no ciclo de cinema comentado, iniciativa que integra as comemorações do 45.º aniversário do 25 de Abril, da Câmara Municipal de Loures.