O projeto C4i tem como principal objetivo lutar contra equívocos, preconceitos, rumores e estereótipos, usando técnicas de informação virais. Em Loures, a finalidade é destruir rumores negativos em relação às comunidades migrantes que vivem no seu território, através de uma campanha de comunicação.

Com início em março deste ano, o projeto tem a duração de 18 meses e já gerou mais de 100 ações nas 11 cidades participantes (Loures e Amadora – Portugal, Barcelona, Bilbao e Sabadell – Espanha, Erlangen e Nuremberg – Alemanha, Botkyrka – Suécia, Limerick – Irlanda, Lublin – Polónia e Patras – Grécia).

Decorrido que está quase um ano do projeto, Loures recebeu, no dia 11 de dezembro, a visita dos representantes dos países envolvidos para a 3.ª reunião de coordenação do projeto, que teve como principal objetivo fazer um ponto de situação do C4i em cada uma das cidades e partilhar experiências.

C4i visita Quinta do Mocho

Ainda antes da reunião, a comitiva visitou a Quinta do Mocho, em Sacavém, para ver o resultado do projeto O Bairro i o Mundo, uma iniciativa que serviu de evento de lançamento do projeto C4i no concelho de Loures e que pretendeu, através da intervenção artística, quer seja a street art, a música, o teatro ou a dança, mudar a imagem do bairro, derrubar preconceitos e afastar rumores negativos acerca dos bairros municipais.

A manhã terminou no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, em Loures, onde os representantes europeus deram início aos trabalhos da reunião.

Bernardino Soares, presidente da Câmara de Loures, acompanhado pela vereadora da Coesão Social, Maria Eugénia Coelho, também estiveram presentes na visita, dando as boas vindas aos participantes.

“Falar de Loures é falar de um mosaico rico em culturas e religiões. É devido a esta enorme diversidade que o Município de Loures vê a integração social como um dos objetivos a atingir”, referiu Bernardino Soares.

“Não é fácil, sabemos que há muita coisa a fazer, mas estamos realmente interessados em melhorar a vida dos que agora chegam e dos que, há anos, escolheram Loures para viver. E é pelas pessoas e pela mudança de mentalidades que temos de começar”, continuou.

Bernardino Soares deu o exemplo da Quinta do Mocho e da conotação negativa que transporta ao longo dos anos: “Promovemos o festival O Bairro i o Mundo que não veio acabar totalmente com a imagem menos feliz que as pessoas têm da Quinta do Mocho, mas que fez com que falemos do bairro por outros motivos. Além disso, é hábito desta Câmara Municipal agendar reuniões com a população residente para discutir os problemas existentes”.

Comunicação para a Integração em Loures

Será no início de 2015 que Loures se prepara para lançar, no âmbito do C4i, a campanha Loures Livre de Rumores.

C4i utilizará as redes sociais e canais de informação viral, para fornecer informação e explicações sobre migração e diversidade, bem como combater mitos e preconceitos que colocam em causa a coesão social.

A ideia é criar uma rede anti rumores, envolvendo a administração pública, organizações sociais e cidadãos, convidando-os a tornarem-se agentes anti rumores, de forma a combater os estereótipos e os preconceitos no dia-a-dia.

Debates, fóruns, ações de sensibilização e formação e a assinatura de uma declaração que espelhe o envolvimento, nesta causa, de todas as entidades envolvidas, são algumas das ações a implementar em Loures ao longo do próximo ano.