O investimento global da empreitada de Regularização Fluvial e Controlo de Cheias da Ribeira do Prior Velho cifra-se em 11,5 milhões de euros (9.175.724,80 euros + IVA), suportados integralmente pela Câmara Municipal de Loures e por fundos comunitários, sem a participação financeira do Governo.
A obra contempla a construção de um novo caneiro (estrutura que drena as águas para o rio) na zona urbana de Sacavém, que substituirá o atual, bem como a construção de uma estação elevatória na zona mais baixa, na Praça da República, que permitirá o bombeamento das águas pluviais, aumentando a capacidade de escoamento na zona, prevenindo a ocorrência de cheias.

Diminuir risco de cheias
O objetivo é diminuir o risco e atenuar as vulnerabilidades naquela área, alvo frequente de fenómenos de cheias que causam danos materiais a residentes, estabelecimentos comerciais e indústria, e colocam também em risco a integridade física das pessoas.
“Trata-se de um problema que tem vindo a agravar-se nos últimos anos. Prova disso são as 17 inundações que nos últimos dez anos ocorreram na zona baixa de Sacavém”, referiu o vice-presidente da Câmara de Loures.
“Não podemos continuar a ignorar este assunto, fingindo que não temos ali um problema sério que afeta, não só a população daquela zona da cidade de Sacavém, mas também de toda a zona Oriental”, acrescentou Paulo Piteira.
“A candidatura foi apresentada, o projeto desenvolvido e esta será certamente uma obra de grande importância para os próximos anos”, afirmou. “Será, aliás, a maior obra alguma vez lançada pela Câmara de Loures em toda a sua existência”.
Paulo Piteira alertou, no entanto, para o facto de ser uma obra que “não estará isenta de dificuldades”, até porque “estamos a falar de quase um quilómetro de extensão, num eixo de circulação viária muito importante da cidade, em meio urbano. Ainda assim, essas dificuldades não nos podem fazer recuar perante aquilo que é a oportunidade de resolvermos este assunto”.

Medidas mitigadoras de incómodos
De referir que a Câmara Municipal tem prevista a implementação de um conjunto de medidas mitigadoras dos incómodos resultantes dos trabalhos, assim como de um intenso plano de informação sobre estas medidas e sobre o decorrer da obra, incluindo a sua apresentação pública, junto da população.
O vice-presidente da Câmara referiu, ainda, que “esta intervenção insere-se noutras que também terão lugar na cidade e que passam pela qualificação deste importante aglomerado urbano do nosso concelho”.
De facto, o controlo das cheias é apenas uma das fases do plano de qualificação de Sacavém. A valorização da cidade implica várias outras intervenções, entre elas, a requalificação da Praça da República, com arranjos dos passeios e do jardim, dando prioridade ao seu usufruto pelas pessoas; a instalação do Serviço de Informação Municipal no espaço do Mercado de Sacavém, aproximando a Autarquia dos cidadãos; a requalificação do largo 1.º de Maio; a substituição da rede de abastecimento de água, já em curso, de modo a resolver os problemas frequentes de roturas e cortes no fornecimento de água; o percurso ciclável já inaugurado em Sacavém, Portela e Moscavide com cerca de dois quilómetros de extensão; a abertura da Nova Frente Ribeirinha do Tejo, com um percurso pedonal e ciclável de acesso ao Estuário do Tejo, aproximando e devolvendo o rio aos cidadãos; e o percurso ciclável da várzea, entre Loures e Sacavém.
Esta obra inclui, também, a renovação da rede de águas residuais domésticas, acabando com as ligações diretas ao caneiro atual que ainda existem, sendo por isso uma obra também importante para o esforço de despoluição do Trancão.
A adjudicação da obra à empresa DST – Domingos da Silva Teixeira S.A. apresenta um prazo de execução de 540 dias seguidos, cerca de um ano e meio. Além da adjudicação da construção do Caneiro de Sacavém, foram, ainda, aprovados o relatório final referente ao concurso público, bem como a ratificação de todas as decisões tomadas pelo júri do procedimento.
Foi ainda aprovada a constituição de uma comissão de acompanhamento local a esta obra, que integrará a União das Freguesias de Sacavém e Prior Velho, forças de segurança e socorro, e outras entidades locais ou com intervenção local relevantes para o bom desenvolvimento desta importante obra em Sacavém.