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Defesa do interesse público

Autarcas exigem intervenção do Governo em relação ao encerramento de postos dos CTT

06.02.2018

Autarcas de vários municípios afetados com o encerramento de postos de correio por todo o país, participaram, em Lisboa, a 5 de fevereiro, numa reunião com a administração da empresa, com o objetivo de tentar obter explicações e reverter a medida anunciada.

 

  • Autarcas exigem intervenção do Governo em relação ao encerramento de postos dos CTT
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No final da reunião, Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures, confirmou que “os CTT continuam empenhados em desestruturar a rede” de serviço postal público, não tendo sido apresentada “nenhuma justificação racional”, para além de “critérios puramente economicistas”. Para o autarca de Loures “a administração dos CTT está completamente alheia” às necessidades das populações e "muito longe do que devia ser o interesse público, que esta empresa se obrigou a defender”.

Os autarcas foram surpreendidos, ainda antes da reunião, com um comunicado da empresa que dava conta que estariam assegurados 19 novos postos de correios nas imediações dos 22 postos cujo encerramento foi anunciado. Para Bernardino Soares esta é “uma operação de passar os custos para outras entidades”, revelando que, na reunião, os CTT “reafirmaram a sua intenção de encerrar ou passar para outras entidades as estações dos correios”.

E acrescentou: "Não se pode permitir que um serviço público essencial, como os correios, possa ser desmantelado desta forma, com grande prejuízo para as populações e para as atividades económicas”, pelo que é exigida a intervenção do Governo, porque “esta empresa tem obrigações perante o Estado” e “não pode continuar a fazer a sua gestão indiferente aos direitos das populações”.

Recorde-se que, no concelho de Loures, está previsto o encerramento do posto de correios de Camarate, que serve atualmente 35 mil pessoas, e que já levou a diversas ações de protesto da população, e nas quais a Câmara Municipal de Loures está envolvida desde a primeira hora.

Na reunião com a administração dos CTT marcaram também presença os presidentes de câmara do Seixal, Joaquim Santos, de Odivelas, Hugo Martins, de Alpiarça, Mário Pereira, e Susana Pereira, presidente da Junta de Freguesia de Riba de Ave, bem como o presidente da União das Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação, Renato Alves.

 

Concentração da população junto à sede dos CTT

Enquanto os autarcas se reuniam com a administração dos CTT, cerca de duas centenas de pessoas concentraram-se à porta da sede dos CTT, no Parque das Nações, em Lisboa, aguardando pelo resultado das conversações, com palavras de ordem a favor da reversão da privatização da empresa.

Os populares mostravam o seu desagradado com a situação atual dos correios, com João Soares, utente de Camarate, a afirmar “este é um posto que dá lucro” e que "as instalações atualmente existentes em Camarate não servem para fazer um banco CTT”, sendo essa uma das razões para o seu encerramento. Para José Carneiro, também de Camarate, o que os CTT estão a fazer “é empurrar as autarquias com o ‘menino nos braços’, para eles terem mais lucros para distribuírem pelos acionistas, e é contra essas transformações que a população luta”.

Na concentração também marcaram presença organizações sindicais, como o SNTCT, SIMCOR e o SINDETELCO, para além de representantes das várias comissões de utentes das populações afetadas, entre elas, a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos da União das Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação.

Para 23 de fevereiro está agendada uma greve geral dos trabalhadores dos correios, com uma manifestação, em Lisboa, que parte do Marquês de Pombal, às 14h00.

 


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