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Balcão serve 35 mil pessoas

População manifesta-se contra encerramento dos CTT de Camarate

12.01.2018

O presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares, juntou-se, no dia 11 de janeiro, ao protesto de centenas de pessoas contra o encerramento anunciado da estação de correios de Camarate, balcão que serve 35 mil pessoas.

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  • População manifesta-se contra encerramento dos CTT de Camarate

 

A ação de protesto decorreu à entrada da estação dos CTT e foi convocada pela Comissão de Utentes dos Serviços Públicos da União das Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação, à qual se juntou Bernardino Soares. “Esta estação dos correios é essencial para a vida das pessoas”, assegurou o presidente da Câmara Municipal de Loures. “É a única numa União de Freguesias com 35 mil habitantes, com pessoas com fortes carências socioeconómicas, com pessoas idosas e que vão ficar muito prejudicadas com o encerramento desta estação”.

“Não nos venham dizer que vão haver outras soluções, incluindo outros postos, porque esses não prestam o mesmo serviço que uma estação dos CTT. Esta estação está sempre cheia de gente, tem muita utilização, e o que precisamos é que ela continue a funcionar como atualmente”, criticou Bernardino Soares. “Temos de partir do princípio que este processo não está decidido. O Governo ainda não disse nada sobre esta matéria e tem de intervir neste processo para garantir que esta e outras estações se mantenham abertas”.

“O que os CTT estão a fazer é uma estratégia de abandono das populações, prejudicando o serviço postal, seja na distribuição das cartas, seja encerrando estações que, como esta, são indispensáveis para a população”, acusou. “O Governo tem de exigir que este processo seja travado e nós temos de exigir que os CTT sejam o que sempre foram, uma empresa pública”, concluiu.

 

Munícipes descontentes e sem soluções

Com cartazes onde se podia ler “Não aceitamos o fecho da estação dos CTT”, os manifestantes, sobretudo idosos, eram os que mais lamentavam a situação. É o caso de Maria Celeste, moradora em Camarate, que considera um serviço imprescindível. “Os CTT sempre aqui estiveram. Venho aqui, sobretudo para receber a minha reforma e para pagar as minhas contas. Se fechar não sei para onde hei-de ir. Talvez para Sacavém. E como é que vou se não tenho passe? A reforma nem dá para o passe”.

Helena Martins, de 50 anos, apesar de mais jovem, reconhece, no entanto, que o encerramento “irá dificultar a vida”. “Quem não mora no centro de Camarate, e que não tenha transporte próprio, não tem de apanhar um, mas dois meios de transporte, na maioria dos casos. Para as pessoas de idade que têm dificuldade em andar é muito complicado, como por exemplo, para a minha mãe, que anda com uma garrafa de oxigénio”.

Opiniões corroboradas por Helena Abreu, uma das 200 pessoas que o balcão de Camarate atende por dia: “Já cheguei a estar à espera 1h30 para ser atendida porque era muita gente. Estou contra o fecho dos correios. Não se justifica”.

Entretanto, Fernanda Santos, porta-voz da comissão de utentes, adiantou que já está marcada, para o próximo dia 20 de janeiro, às 15h30, na Associação de Reformados de Camarate, uma sessão de esclarecimento à população. “Não vamos deixar este assunto morrer. Vamos pedir reuniões à administração dos CTT, reuniremos com todas as entidades oficiais que queiram reunir connosco e pediremos reuniões ao ministério que tutela os CTT para manifestar o nosso desagrado com esta situação”.

Os CTT confirmaram, a 2 de janeiro, o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação, que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho. Em causa estão os seguintes balcões: Camarate (Loures), Junqueira (Lisboa), Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de São Vicente (Penafiel), Socorro (Lisboa), Riba de Ave (Vila Nova de Famalicão), Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde (Paços de Ferreira), Filipa de Lencastre (Sintra), Olaias (Lisboa), Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprela (Porto), Areosa (Gondomar), Araucária (Vila Real), Alpiarça, Alferrarede (Abrantes), Aldeia de Paio Pires (Seixal) e Arco da Calheta (Calheta, na Madeira).

 


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