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À Conversa com…

Clive Gilbert recorda paixão pela Fábrica de Loiça de Sacavém

29.05.2017

O Museu de Cerâmica de Sacavém, recebeu, no dia 27 de maio, mais um À Conversa com…, desta vez com Clive Gilbert, antigo trabalhador e administrador da Fábrica de Loiça de Sacavém.

  • Clive Gilbert recorda paixão pela Fábrica de Loiça de Sacavém
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  • Clive Gilbert recorda paixão pela Fábrica de Loiça de Sacavém
  • Clive Gilbert recorda paixão pela Fábrica de Loiça de Sacavém

 

Clive Gilbert nasceu em Lisboa em 1938. Filho de pais e avós luso-britânicos, licenciou-se em cerâmica e passou a sua vida profissional a trabalhar nesta indústria, nomeadamente na Fábrica de Loiça de Sacavém, onde foi responsável técnico e, mais tarde, administrador, tendo ajudado na melhoria da qualidade da loiça sanitária, da loiça de mesa e dos azulejos.
“Sacavém – uma paixão”, foi o tema que Clive Gilbert trouxe até ao Museu de Cerâmica de Sacavém, juntamente com as histórias da ligação luso-britânica na Fábrica de Loiça, nomeadamente entre as famílias Howorth, Gilman e Gilbert.
Clive Gilbert recordou histórias de John Stott Howorth, Barão de Sacavém, como o responsável pela importação de matérias-primas de Inglaterra porque “vinham de barco e ficavam mais baratas”, e ainda pelo lançamento da famosa louça “Cavalinho”. “Poucas serão as famílias portuguesas que não terão um cavalinho em casa, da Fábrica de Louça de Sacavém”, afirmou.
As memórias de Clive Gilbert abarcaram também a época de James Gilman, inglês que, de guarda-livros, passou a administrador da Fábrica em 1893, depois da morte de Howorth. Clive Gilbert relembrou que na época da família Gilman “ainda se pensou em vender a fábrica para ultrapassar um período de crise, mas a introdução de medidas como o aumento em 10% do preço da loiça, fê-la recuperar da crise e o prestígio”.
Quando faleceu, em 1921, James Gilman foi substituído à frente da Fábrica pelo seu filho Raul Gilman, em parceria com Herbert Gilbert, avô de Clive Gilbert, que foi o responsável por várias das obras sociais da Fábrica, de que são exemplo a creche para os filhos dos trabalhadores, consultório médico, campos de férias e aulas de ginástica, refeitório para 500 trabalhadores e até uma vacaria dentro das próprias instalações, “para assegurar a qualidade do leite que davam de beber aos funcionários”.
“Todas as famílias tinham o mesmo pensamento, que era o de fazerem um bom produto”, referiu Clive Gilbert, elogiando ainda “a relação especial entre a fábrica, a população e os trabalhadores”. “Ainda hoje não percebo como é que aqueles homens e mulheres faziam tanta coisa em tão pouco tempo. Para mim é um milagre”.

 


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