A Câmara Municipal de Loures está a proceder à reparação e beneficiação dos edifícios municipais na Quinta da Vitória, na Portela, num investimento de cerca de meio milhão de euros.
As beneficiações nos 84 fogos municipais visam responder às principais anomalias detetadas, nomeadamente, infiltrações, roturas, arranjos nos espaços exteriores, problemas nos circuitos elétricos, entre outros.
O presidente da Câmara Municipal de Loures efetuou esta manhã uma visita às obras em curso, durante a qual sublinhou que este “era um bairro que não tinha tido praticamente intervenção desde a sua construção e isso, naturalmente, notava-se na sua degradação”.
Nos últimos anos – acrescentou – “retomámos no Município a questão da Habitação, que estava completamente abandonada. A grande prioridade foi intervir nos bairros de propriedade municipal. Não só no edificado, onde já muito foi feito, mas também na relação com as pessoas e no acompanhamento das situações dos agregados familiares. Isso é que nos permite ter uma gestão em conjunto com a população que vive em cada bairro”.
As intervenções na Quinta da Vitória juntam-se às já executadas no Bairro da Quinta da Fonte (Apelação) e no Bairro da Quinta das Sapateiras (Loures) e às que também se encontram em curso no Bairro de São Sebastião de Guerreiros (Loures) e no Bairro de Santo António (Camarate). No total, o investimento municipal na melhoria das condições de habitabilidade nos bairros municipais é já superior a quatro milhões de euros.
Estratégia Local de Habitação
À margem da visita à Quinta da Vitória, Bernardino Soares deu nota da Estratégia Local de Habitação para o Concelho de Loures, em relação à qual está já aprovado um plano que prevê um investimento público de 157,1 milhões de euros a concretizar até 2025, e que servirá para pôr fim às carências habitacionais de mais de 3800 agregados familiares do concelho.
“Esta estratégia tem várias vertentes. Não é apenas uma estratégia de habitação social, mas sim para procurar responder a todas as necessidades de habitação, que são muito diversificadas”, garantiu.
O plano prevê, por exemplo, no âmbito do 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação criado pelo Governo em 2018 – a candidatura a financiamento para intervir em 3800 fogos, a grande maioria habitações muito degradadas.
“Este programa tem uma novidade, que é a possibilidade de os proprietários privados candidatarem-se a recuperar as suas próprias casas”, frisou. Relativamente a esta possibilidade, o presidente da Câmara Municipal anunciou que a Autarquia “vai lançar uma grande campanha de divulgação, nos bairros e junto das pessoas, para que estas se possam candidatar”.
O plano prevê também construção de raiz: “Procurámos soluções que fossem possíveis nos prazos de execução. A grande dificuldade deste plano é a sua execução até final de 2025. Não é possível ir para soluções que sejam de difícil concretização. Essa questão coloca-se ao nível da aquisição de terrenos e, por isso, tivemos que escolher espaços que já eram da Câmara ou terrenos públicos.”
Fim à vista para o Bairro da Torre
Bernardino Soares deu conta ainda da resolução, para muito breve, do problema no Bairro da Torre, em Camarate: “Neste momento restam só três famílias, que são numerosas e com algumas condicionantes em termos de realojamento, mas a nossa expectativa é que daqui a algumas semanas possamos resolver, de vez, esse problema e acabar com o Bairro da Torre.”
O autarca explicou que o Município está, “em simultâneo, a trabalhar com os proprietários daqueles terrenos para definir um plano de urbanização capaz de potenciar a utilização em atividades económicas”.
“Esta é uma grande notícia. Aquele bairro existe há mais de 50 anos. Já teve vários realojamentos e nunca acabou. Gostaria muito que se tornasse um símbolo no nosso concelho e no país de que é possível pôr fim a situações de habitação indigna, desde que haja trabalho concertado, esforço e investimento”, confidenciou.