Bernardino Soares, presidente da Câmara de Loures, e António Pombinho, vereador da Autarquia com o pelouro das atividades económicas, continuam as visitas pelo tecido empresarial do concelho, tendo, no dia 11 de junho, conhecido a pastelaria Chafariz, na localidade de Salemas, em Lousa.
Jorge e Carlos Santos, os dois irmãos que administram os destinos desta empresa de cariz familiar nascida em 1980, aproveitaram a oportunidade para expor as principais dificuldades: “Estamos no limite da nossa capacidade, ao ponto de nos vermos obrigados a dizer não a certos negócios”, revelou Carlos Santos.
O objetivo agora é ampliar as instalações, passando dos 5 mil metros quadrados em que laboram para os cerca de 10 mil. “Terreno já temos e também já nos candidatámos ao Portugal 2020, mas esta é uma zona que não costuma ser bafejada por qualquer tipo de apoio”, lamentou Jorge Santos.
Atualmente, a Chafariz produz 40 mil bolos por dia. Com a ampliação das instalações, a empresa aumentaria a capacidade de produção em 20%, “o que nos permitiria reforçar também a capacidade de exportação, principalmente para Espanha e França”. Aumentar a zona de formação, criar um gabinete médico com melhores condições e um laboratório de investigação de novos produtos, são outros dos objetivos.
“Já sabem que a Câmara de Loures está disponível para ajudar naquilo que for preciso”, referiu António Pombinho. “A Autarquia tem um conjunto de parcerias e relações institucionais que vos pode ser útil. Se acharem que vos pode ajudar de alguma maneira, por favor, disponham. A Câmara faz a ponte e a empresa segue o seu caminho”, acrescentou o vereador.
Bernardino Soares realçou o trabalho que a Câmara de Loures tem desenvolvido com as universidades “e que pode ser útil para as empresas fazerem face a problemas de produção, melhorarem as técnicas e até alavancarem novos produtos”.

Fabrico tradicional desde 1980
A Chafariz existe desde 1980, dedicando-se ao mercado da pastelaria de revenda, que iniciou quando chegou a Portugal, depois de uma experiência de emigração em Moçambique.
“Costumo contar muitas vezes esta história. O meu pai não sabia fazer um chá, nem estrelar um ovo, mas decidiu comprar uma fábrica de bolos! Ninguém percebe, nem ele próprio”, conta Jorge Santos.
Depois de uma passagem pela Póvoa de Santo Adrião (Odivelas) e pelos Olivais (Lisboa), acabou por se implantar em Lousa, em 1992. Há uma série de anos que contam com os mesmos 75 trabalhadores: “Não despedimos ninguém. Preferimos ganhar menos dinheiro do que dispensar pessoas. E todos aqui vestem a camisola, estando sempre disponíveis para ajudar em alturas de aperto”. Como a ‘união faz a força’, a Chafariz chegou mesmo a registar uma subida de 8% na faturação em 2014 – que se cifrou em 3 milhões e 400 mil euros.
Apesar de não descurar a inovação, a Chafariz faz questão de manter grande parte das técnicas manuais: «É aquele cariz “caseiro” que não queremos perder».
A empresa produz e comercializa pastelaria tradicional portuguesa, fresca, seca e ultracongelada, pão, serviços completos de sobremesas e bolos decorados, catering para aviação, hotéis e televisão, sandes e produtos embalados para máquinas de vending, entre outros, abrangendo, no total, cerca de 350 clientes.