O encontro, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, reuniu Fernanda Santos, Ana Goulart, Ana Simões, Beatriz Matias e Maria da Luz Baptista.
O vereador da Câmara Municipal, António Pombinho, abriu a sessão, convidando à partilha de testemunhos de vida de antes e de depois do 25 de Abril.
Fernanda Santos, presidente da Assembleia Municipal de Loures, moderou o debate, confessando: “Se hoje ocupo as funções que ocupo, devo-o a estas mulheres, que abriram caminho para que a mulher pudesse usar da liberdade. Ainda faz sentido comemorar o Dia Internacional da Mulher nos dias de hoje?”, perguntou às convidadas.
Beatriz Matias, a primeira mulher a ser eleita para a Assembleia Municipal de Loures, em 1976, lembrou que as universidades estão cheias de mulheres e o mercado de trabalho cheio de homens como chefias. Ana Simões homenageou aquelas que morreram a lutar para que hoje haja este dia de liberdade. Maria da Luz Baptista falou da discriminação, lembrando que “as grávidas não arranjam emprego” e a falta de esclarecimento: “As jovens de hoje não sabem porque se celebra o 8 de março. Recebem uma flor, vão jantar fora. Há um aproveitamento comercial e não um esclarecimento.”
Já Ana Goulart referiu que “liberdade não é só sinónimo de direitos. Liberdade exige igualdade e a solidariedade é o alimento de ambas. Esta é uma luta de todos os dias”.
A vereadora Maria Eugénia Coelho interveio ativamente no debate, comparando o antes e o depois da Revolução de 25 de Abril de 1974: “Uma revolução não muda a mentalidade de um povo, de um dia para o outro. Passados 40 anos, sou a única vereadora nesta Câmara. Tenho a área da ação social, não por ser mulher, mas porque efetivamente é a minha área, embora reconheça que há temas que são efetivamente conotados com as mulheres.”
Outras questões – como a violência doméstica, os direitos de parentalidade, o preconceito e a discriminização – foram abordadas num debate onde marcou também presença o vereador Tiago Matias.