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Centenário do Parlamento do Tojal

Conferência de Líderes reúne em Loures

05.03.2015

Pela primeira vez em cem anos, a Conferência de Líderes reuniu fora da Assembleia da República. Este marco na história parlamentar aconteceu, a 4 de março, no Palácio da Mitra, em Santo Antão do Tojal.

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A reunião, no Palácio da Mitra – ou no Palácio dos Arcebispos, como é mais conhecido –, teve como objetivo assinalar os cem anos do Parlamento do Tojal, o local onde, há um século, se reuniram os deputados, impedidos de aceder ao edifício do Congresso por forças controladas pelo chefe do Governo, Pimenta de Castro.

A conferência, que costuma juntar a cada quinze dias os líderes parlamentares, os vice-presidentes da Assembleia da República e representantes do Governo para fazer os agendamentos dos plenários, foi presidida pela Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, à qual se juntou o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares – que durante 12 anos também participou nestas reuniões.

“Esta é a prova de que a política tem muitos lugares, muitas dimensões e muitas formas de ser realizada”, começou por dizer Assunção Esteves. “Estamos perante um momento marcante e, de certo modo, perante um ato novo. E cada ato novo é uma revolução. Hoje fizemos uma pequena revolução”, acrescentou a Presidente da Assembleia da República.

Para Assunção Esteves, “esta descentralização é o sinal de que novas metodologias podem ser encontradas. Hoje, os escolhidos e os que escolheram sentem-se mais próximos. Temos de mudar os métodos da política e trazer mais afeto, mais realidade, mais partilha e relacionarmo-nos com as instituições de um modo mais próximo”, defendeu.

 

Acontecimento marcante

“É um acontecimento que ficará marcado na minha memória, e na do concelho, por muitos anos”, referiu Bernardino Soares na abertura da Conferência de Líderes, no momento aberto à comunicação social.

“Estamos perante uma iniciativa que possui uma grande ressonância na atualidade”, mencionou o presidente da Câmara. “Disse-se aqui que a república vingará, a liberdade triunfará e a legalidade há de voltar a imperar em Portugal. Nada que não tenha sido dito nos últimos anos, por outras palavras, na Assembleia da República”, acrescentou.

Bernardino Soares reforçou ainda o papel de proximidade das instituições públicas: “É o que fazemos todos os dias no Município de Loures, pois entendemos que é um aspeto fundamental da atividade política. Temos vindo a fazer um esforço imenso para estar junto das populações e ouvir o que nos têm para dizer. Ajuda-nos a tomar melhores decisões, mais informadas e mais participadas”.

De referir que a Conferência de Líderes foi precedida por uma visita à Casa do Gaiato, em Santo Antão do Tojal, tendo sido guiada pelo padre Arsénio Isidoro. Além da história daquela instituição, os convidados ficaram a conhecer os projetos de melhoramento e de sustentabilidade pensados para esta instituição.

 

Parlamento do Tojal no Café História

Ainda no âmbito das comemorações deste centenário, decorreu, dia 3 de março, no Palácio da Mitra, em Santo Antão do Tojal, uma edição do Café História sobre o Parlamento do Tojal, reunindo, numa conversa informal, investigadores, responsáveis autárquicos, professores e alunos de duas escolas secundárias do concelho – Camarate e José Afonso, de Loures.

Cem anos depois, mudaram as personagens e o contexto, mas manteve-se o simbolismo do local e a atualidade dos ideais defendidos neste episódio único da história parlamentar.

Defender a República e a Constituição “perante os atropelos do Governo de então, mostra que há coisas que têm uma grande atualidade”, referiu Bernardino Soares. Lembrar aqueles que ali defenderam a República e a Constituição, perceber o que levou Afonso Costa, parlamentar do Partido Democrático, a declarar o Governo de Pimenta de Castro “fora da lei”, naquilo que Luís Farinha, historiador que moderou o debate, considerou ser um “ato de coragem, num momento de emergência nacional, em que se discutia a participação, ou não, na guerra”, foram algumas das questões lançadas para o debate, a que nem os protagonistas da época quiseram faltar.

Uma aparição surpresa, que marcou este Café História, com um momento satírico, protagonizado pelos técnicos do departamento de Cultura da Câmara Municipal de Loures, recriando não só o Parlamento do Tojal, mas também a forma como as gentes desta pacata localidade de lavadeiras viram este acontecimento, tão importante na história do país.

Preservar o património e a memória que a ele está intimamente ligada foi o mote para as comemorações desta efeméride e será também uma das temáticas abordadas no Loures em Congresso, onde “será debatida a criação de um projeto-piloto de gestão do património, centrado neste importante conjunto patrimonial onde nos encontramos e que queremos potenciar, atraindo mais pessoas, valorizando a sua história, a sua beleza e a enorme riqueza arquitetónica, ajudando ainda nos custos de manutenção”, referiu Bernardino Soares.

No final da sessão, Abel Batista, presidente da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, congratulou o mentor desta iniciativa, António Filipe, vice-presidente da Assembleia da República, que revelou estar muito satisfeito com o resultado final, o qual só foi possível graças ao “grande empenhamento e entusiasmo dos serviços da Assembleia da República, da Câmara Municipal de Loures e dos historiadores, sem os quais esta reunião não seria possível”. 

 


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