Na sequência da petição que recolheu mais de 31 mil assinaturas, a Câmara de Loures deu mais um passo na luta pela expansão do Metro ao concelho, tendo sido recebida em audição na Assembleia da República.
Promovida pela Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, a sessão, no dia 18 de setembro, teve como objetivo ouvir Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures, sobre os fatores favoráveis à extensão da Rede de Metropolitano ao concelho de Loures.
Perante o deputado do PSD e relator da petição, Carlos Silva, Bernardino Soares reiterou o facto de esta ser uma “questão profundamente sentida pelas pessoas, porque corresponde a uma necessidade objetiva, e há muito recenseada, de melhoria dos transportes públicos com alternativa em carril”.
“A nossa proposta alicerça-se no prolongamento da linha que termina em Odivelas, e também da linha que já chega a Moscavide, procurando levá-las por um traçado que abrange zonas de grande densidade populacional”.
A ideia será prologar a linha amarela, a partir de Odivelas, a Loures e Infantado, através de seis novas estações (Codivel, Casal do Monte, Cidade Nova, Mealhada, Loures e Infantado), bem como de um ramal dirigido ao Hospital Beatriz Ângelo. A proposta passa, ainda, pela extensão da linha vermelha, a partir da estação de Moscavide, criando mais duas estações: Portela e Sacavém.
“Não estamos a inventar nada”, afirmou o presidente da Câmara. “Estamos a retomar aquilo que foi anunciado em 2009, pelo Governo de então, e que não chegou a ser concretizado”.
Bernardino Soares chamou a atenção para o facto de, por cada estação proposta, existir um raio de 500 metros de acesso pedonal “em que as pessoas não precisarão de usar o carro ou outro transporte para chegar ao Metro. São hoje cerca de 50 mil as pessoas com acesso pedonal a cada uma destas estações”, assinalou.
Para o troço proposto de Odivelas ao Infantado – o mais longo – desenvolvendo-se numa extensão de 5824 metros, ensaiou-se o perfil de desenvolvimento da linha de forma a não ultrapassar a inclinação de 4%, sendo que grande parte do percurso será feito à superfície. “Isto significa menores custos na implantação desta infraestrutura”, referiu Bernardino Soares.
“Estamos também a prever interfaces de conexão quer com outros meios de transporte, quer com a rede de mobilidade suave, que inclui vias cicláveis e pedonais, bem como a possibilidade de parquear os automóveis que entrarão no concelho”, relembrou o presidente da Câmara.
“Trata-se de uma proposta sensata e agora é preciso tomar decisões”, observou. “Sabemos que este investimento não se faz sem as verbas do Orçamento de Estado e de fundos comunitários. Por isso, seja aproveitando o Portugal 2020, seja escalonando esta expansão do Metro como primeira prioridade para o futuro quadro de apoio, o importante é que este seja concretizado pois permitirá melhorar, e muito, a vida da população”.
Presentes na audição estiveram o vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Paulo Piteira, os vereadores Maria Eugénia Coelho, Nuno Dias, Nuno Botelho e Ivone Gonçalves, bem como representantes de várias forças políticas com assento na Assembleia da República, nomeadamente, Duarte Alves, pelo PCP, e Ricardo Leão, pelo PS.