Uma das atividades programadas, desta iniciativa que assinala a importância da “partilha de memórias” entendida como fator de cidadania, de dignidade e de democracia, consiste na recolha de testemunhos de antigos trabalhadores das Fábricas de Loures, com abordagem de duas temáticas: o Património Industrial e a resistência antifascista no território.

O Museu de Cerâmica em Sacavém (MCS) foi o local escolhido para reunir os contributos de várias pessoas que permitem preservar a história de Loures. Um desses depoimentos foi de José Maria Silva, hoje com 71 anos de idade, que desempenhou funções na Fapajal: “De noite e de dia, foram 43 anos de luta, com a PIDE e a GNR à porta da fábrica. Mas, foi um tempo bom da minha vida porque realizei-me ali como homem. Fiz o meu percurso de vida, ali”.

Além desta fábrica de papel, com mais de dois séculos de existência, ficaram ainda os registos de funcionários da Trefilaria, Triumph, Bairro Manuel Dinis, Olaio e Litografia Portuguesa, e Saint Gobain.

As gravações permanecerão no Centro de Documentação do MCS e parte das mesmas vão ficar disponíveis no sítio do Município de Loures. 

Integrada nestas jornadas, decorrerá no dia 22, naquele local, mais uma sessão de À conversa com…  Tiago Bragança Borges, colecionador da Fábrica de Loiça de Sacavém. A 30 de setembro, realiza-se a Feira Setecentista, em Santo Antão do Tojal,  que visa a promoção cultural, turística e lúdica, recriando um ambiente do século XVIII. No mesmo dia, mas na cidade de Loures, há uma homenagem aos cegantes Os Cinco do Barro, no Cemitério Municipal, seguido da representação pelo grupo da Sociedade Filarmónica União Pinheirense, à entrada do Parque Major Rosa Bastos.