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Biblioteca Municipal Ary dos Santos

Apresentação do livro Forte de Peniche – Memória, resistência e luta 

30.06.2017

No dia 28 de junho foi apresentado, na Biblioteca Municipal Ary dos Santos, em Sacavém, o livro Forte de Peniche – Memória, resistência e luta. Uma iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Loures e pela União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP).

 

  • Apresentação do livro Forte de Peniche – Memória, resistência e luta
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A sessão teve início com um pequeno apontamento cultural, em participaram Constança Simões, flautista da Banda da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fanhões, e Vera Morganheira e Orlanda Rodrigues, recitando dois poemas, de David Mourão-Ferreira e José Saramago, que integram a obra apresentada.

O presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, começou por dizer que esta colaboração com a URAP “tem sido um ato muito frutífero, em que se tem procurado que a memória e a valorização da resistência antifascista seja, cada vez mais, matéria conhecida de toda a população, para que o esquecimento não apague a gravidade do que tivemos no país e a heroicidade daqueles que combateram a ditadura fascista. E a edição deste livro, pela URAP, é sem dúvida um contributo muito grande para que esse caminho se faça”.

Bernardino Soares aproveitou a ocasião para relembrar que a Autarquia também está a desenvolver “um trabalho no sentido de preservar o mais possível as memórias individuais dos que fizeram a luta antifascista no concelho. Há uns meses fizemos a recolha oral de um conjunto de testemunhos, com a perspetiva de encontrarmos formas de cativar quem queira investigar este período histórico aqui no concelho, para que, com o apoio da Câmara, seja possível produzir um trabalho nesta área, e podermos ser também uma instituição que promove o conhecimento da história e daqueles que a fizeram”.

Na opinião de Marília Villaverde Cabral, coordenadora da URAP, “este livro é um contributo para a história de Portugal”, acrescentou. Uma obra que “surge na sequência das lutas que travámos, quando nos deparámos com a decisão do Governo de ter o Forte de Peniche ligado a privados. Foi uma luta muito grande. Em poucos dias conseguimos 9600 assinaturas e fizemos um encontro, que juntou cerca de 600 pessoas em Peniche. Foi um momento alto em que ficou claro que não iriamos baixar os braços perante esta situação” lembrou.

Álvaro Pato, ex-preso político e membro da URAP, acrescenta que “este livro é o corolário dessa luta. Nasce da evolução natural de um processo de resposta de ex-presos políticos, familiares e amigos, quando souberam que o Governo tinha intenção de vender o Forte de Peniche à iniciativa hoteleira. A luta que se travou para impedir esse processo demostra bem que vale a pena lutar”, reiterou. 

Apesar de nunca ter estado preso em Peniche, Álvaro Pato, guarda “a memória difícil de aos 11 anos começar a visitar o pai preso, e aos 20, já homem feito, ainda estava a visitá-lo. Foram momentos mais difíceis do que a minha própria prisão”. Uma história que, como muitas outras que vem reiterar a função deste livro que é “fazer com que não se apague a memória” do que se passou antes do 25 de Abril, “porque os jovens de hoje precisam, primeiro, de saber que existiu, e depois, saber como existiu”.

Álvaro Pato conclui referindo que “a batalha contra o Governo e as forças económicas e financeiras foi ganha, mas a guerra não. E que para fazer daquele Forte um símbolo da luta antifascista ainda falta calcorrear muita coisa e, por isso, temos que continuar a lutar”.

 


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