Conhecer as potencialidades do tecido empresarial do concelho foi o que levou Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures, e António Pombinho, vereador responsável pela área da Economia e Inovação, a visitarem a Fapajal, empresa de fabrico e transformação de papel localizada em São Julião do Tojal.

“Estamos a dar grande prioridade à atividade económica. Só assim podemos criar mais riqueza, mais empregos, melhores salários e desenvolvimento para a região”, realçou o presidente da Autarquia na reunião com a administração da empresa, destacando a importância de “apoiar quem já está na região a desenvolver os seus projetos e a dar empregos à população”. Bernardino Soares afirmou que a Autarquia “quer ser um agente ativo de apoio e um facilitador na resolução de problemas”, pelo que “podemos fazer muito mais do que as competências legais nos obrigam”, recordando que “a ligação e o papel ativo da Câmara com outras entidades já deu frutos com empresas da região”.

Ao executivo camarário, Xavier Rodríguez, presidente e um dos proprietários da Fapajal, adiantou que “estamos a tentar capturar sustentabilidade financeira”, tendo como objetivos a modernização e o alargamento das áreas de atuação e de mercados, e “vamos usar o vosso apoio”, porque “vocês são uma Câmara particularmente dinâmica e confiável”, afirmou o empresário catalão, com larga experiência empresarial no nosso país.

Visitadas as instalações fabris, a ocasião serviu ainda para inaugurar o novo refeitório e apresentar o novo fardamento da empresa. Bernardino Soares afirmou ser “um gosto estar presente em ocasiões, nas quais as condições dos trabalhadores são melhoradas” e “que esta empresa histórica do concelho e do país, que passou por tantas fases, tem todas as condições para continuar a desempenhar o seu papel”.

A empresa e a sua história

Sediada em São Julião do Tojal, onde ocupa uma área de 6,6 hectares, em 2016 a Fapajal teve uma faturação superior a 26 milhões de euros. Empregando atualmente 160 trabalhadores, dedica-se à produção e transformação de papel, apresentando seis linhas de produtos transformados com as suas próprias marcas e para outros clientes, para áreas como a saúde, higiene, restauração e retalho. Apostada na produção sustentável – com cerca de 20% da produção a basear-se em papel reciclado – a Fapajal detém uma das poucas licenças ambientais que lhe permite produzir papel reciclado e papel higiénico colorido.

A Fapajal iniciou a sua atividade em 1755, com a denominação de Fábrica de Papel da Abelheira. Nascida no mesmo ano do terramoto de Lisboa, esta empresa passou por outros momentos históricos, que a afetaram diretamente, como as invasões napoleónicas ou a extinção das ordens religiosas. Teve grandes momentos, como o facto de ter sido uma das principais fornecedoras de papel selado do reino português e, também, contrariedades. Passando por vários proprietários, por duas vezes viu-se obrigada a cessar atividade, destacando-se a luta dos trabalhadores da empresa, que a seguir ao 25 de Abril de 1974, foram os primeiros do país a terem direito ao subsídio de desemprego e a indemnização. Em julho de 2016, a Fapajal foi adquirida pelos atuais proprietários.