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Antiga fábrica da Triumph em Sacavém

Maior empregadora têxtil do concelho continua de portas abertas

06.01.2017

A antiga fábrica Triumph, atualmente designada Têxtil Gramax Internacional, recebeu, no dia 4 de janeiro, a visita do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e do presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares.

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A empresa alemã Triumph possuía uma fábrica em Sacavém, no concelho de Loures, que foi adquirida em setembro passado pela empresa Têxtil Gramax Internacional (TGI), uma sociedade portuguesa de capital suíço.
Após pouco mais de um ano das primeiras notícias – que davam como quase certo o encerramento desta unidade fabril e a deslocalização da produção para fora da Europa – Manuel Caldeira Cabral, acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, visitou a fábrica e os mais de 500 trabalhadores que, assim, veem os seus postos de trabalho assegurados.
"Estamos numa empresa que tem futuro”, disse o ministro da Economia. “Há um ano as notícias eram outras. Existia um perigo real desta unidade encerrar. Mas nem o Governo, nem a Câmara de Loures, nem os trabalhadores se resignaram e procuraram sempre arranjar uma alternativa para salvar os postos de trabalho e dar um futuro aos trabalhadores", afirmou Manuel Caldeira Cabral. “Esta mensagem passou com tanta força que a TGI apareceu e não desistiu de investir nesta fábrica. Encontrou aqui um projeto interessante e trabalhadores motivados, com competência técnica difícil de encontrar”.


Novo modelo de negócio
Apesar da mudança de donos, a fábrica de Sacavém continua a ser a maior empregadora do concelho de Loures mas o modelo de negócio é diferente. Além de passar a produzir para várias marcas, a produção está destinada aos mercados alemão, espanhol, norte-americano, francês e português, e não apenas ao mercado austríaco, como era no passado.
Manuel Caldeira Cabral explicou ainda que os laços com o grupo alemão não foram totalmente cortados: “Foi estabelecido o compromisso com os antigos proprietários de que, ao longo deste ano, seria mantido um volume de encomendas a esta fábrica, de modo a garantir uma transição na produção que não pusesse em causa os postos de trabalho”.

Após a visita, Alexander Schwarz, diretor-geral do grupo Gramax, disse querer fazer da TGI uma “empresa competitiva”, com o objetivo de diversificar o seu portefólio e conquistar novos clientes e mercados de exportação. Para isso está a investir mais de um milhão de euros, não só em maquinaria, mas também na formação em novas áreas e de novos trabalhadores.
Com um volume de negócios anual de 20 milhões de euros, a TGI quer afirmar-se como um dos maiores players europeus na produção de lingerie, shapewear e swimwear para homem e mulher.

 

Um ano de luta por mais de 500 postos de trabalho
“Estamos aqui, depois de um longo processo de incerteza em que a Câmara de Loures se empenhou fortemente para que a capacidade produtiva e os postos de trabalho desta empresa não se perdessem”, afirmou Bernardino Soares.
“Para nós era inquestionável a capacidade produtiva, a qualidade dos trabalhadores e a necessidade que o concelho de Loures e o país têm em manter postos de trabalho, assim como as empresas com elevada capacidade de produção”, continuou.
O presidente da Câmara manifestou o seu agrado em ver que “a qualificação dos trabalhadores, bem como a sua capacidade técnica e tecnológica são valorizadas pelo novo proprietário como uma mais-valia para o futuro da empresa e para a conquista de novos clientes”.
O autarca relembrou ainda todo o percurso de luta para que o encerramento da fábrica não fosse uma realidade: “O que nós fizemos foi, em conjunto com os trabalhadores e trabalhadoras, e outras instituições como o IAPMEI e o AICEP, manter vivo o problema, usando o peso político e institucional da Autarquia para intervir junto do Ministério da Economia”.
“Todos se empenharam fortemente e a prova é que conseguimos garantir que esta fábrica não só vai continuar a funcionar durante muitos e bons anos, como ainda alarga as suas perspetivas de futuro”.


Câmara de Loures na linha da frente para encontrar uma solução
Recorde-se que em junho de 2015, os responsáveis da empresa comunicaram aos trabalhadores a intenção de vender a Triumph Internacional e, caso a operação não tivesse sucesso, avançariam para o encerramento desta unidade fabril, deslocalizando a produção para fora da Europa, mantendo em Portugal apenas a parte comercial.
Desde então, trabalhadores, sindicatos e a Câmara Municipal de Loures têm enveredado todos os esforços, no sentido de chamar a atenção do Governo para as consequências do encerramento de uma das maiores empresas de vestuário a operar em Portugal. A luta pela manutenção dos postos de trabalho teve início com uma carta de Bernardino Soares ao antigo ministro da Economia, e prolongou-se com manifestações, concentrações, reuniões, conferências de imprensa e até com um espetáculo de solidariedade em Sacavém, que não deixaram o problema cair no esquecimento.
Finalmente, em setembro, Bernardino Soares, acabaria por receber uma delegação da TGI que assumiu a manutenção da produção de qualidade, bem como os compromissos sociais com os trabalhadores, qualificando a sua experiência e formação como uma mais-valia para a prossecução dos objetivos estabelecidos.

 


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