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Loures em Congresso

Cidades de Loures e Sacavém em debate 

01.06.2015

A Câmara Municipal de Loures reuniu, nos dias 27 e 28 de maio, um conjunto de especialistas para debater as cidades de Loures e Sacavém, no âmbito da semana dedicada aos Espaços Públicos e Ambiente do Loures em Congresso.

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Cidade de Loures: onde o rural e o urbano se encontram

O professor Jorge Carvalho e o arquiteto Nuno Portas foram dois dos convidados desta iniciativa, que teve início logo pela manhã com uma visita guiada à cidade de Loures, onde foi possível observar o rio e toda a sua envolvente, os campos cultivados, o pinhal e, na zona mais urbana, as diversas áreas e equipamentos da cidade que carecem de estruturação urbanística.

Durante a tarde, juntou-se ao debate mais uma convidada, a arquiteta Manuela Raposo de Magalhães, “para nos ajudar a refletir sobre esta cidade, o que a identifica, o que ela significa para todos os lourenses mas, principalmente, o que queremos para o seu futuro”, referiu o vereador Tiago Matias na abertura da sessão.

Na opinião de Jorge Carvalho, é importante perceber que, perante a atual conjuntura, o planeamento urbanístico tem que inverter o seu paradigma: “Nas últimas três décadas, construíram-se em Portugal 2,5 milhões de fogos, para um crescimento demográfico de 1,2 milhões de famílias. Temos que perceber que o crescimento acabou. É preciso olhar para o que existe e perspetivar as intervenções no território, à medida dos meios que dispomos. As intervenções devem ser as necessárias para melhorar e aproveitar aquilo que temos. Diria mesmo que as palavras-chave são reabilitar e cerzir o que já existe”.

Manuela Raposo de Magalhães acrescenta ainda que “até aqui houve duas formas distintas de olhar para o planeamento e para a cidade – a do arquiteto urbanista e a do paisagista. Não havia uma compreensão do todo. A infraestruturação do território não depende só daquilo que é edificado, mas também de uma infraestrutura que garanta o funcionamento dos ecossistemas, que podem ser jardins, matas ou até a agricultura. Só assim é possível infraestruturar com alguma eficácia. E Loures representa esta mistura de urbano com rural, por isso, estes dois mundos têm de coexistir, e têm de ser encontradas sinergias entre eles”. 

Já o arquiteto Nuno Portas revelou uma visão mais ‘macro’ destas questões, ao referir que as “soluções urbanísticas das cidades devem ser pensadas a nível da área metropolitana e não isoladamente por cada um dos municípios”.

 

A urbanidade de Sacavém

No dia 28, a reflexão incidiu sobre a cidade de Sacavém e teve como convidados o engenheiro Fonseca Ferreira e o professor Paulo Silva. Durante a visita, foi possível perceber a importância da ligação pedonal existente entre Sacavém e Prior Velho, e ainda o papel fulcral de alguns locais estratégicos da cidade, como o núcleo antigo e a Praça da República.

Já no Museu de Cerâmica de Sacavém, os técnicos municipais deram a conhecer três Planos de Pormenor (PP) destinados a esta área: Quartel de Sacavém, Prior Velho e Quinta dos Almostéis.

Fonseca Ferreira – que revelou não ser muito apologista de PP –, considera que esta zona “tem de ser vista em conjunto, tem de ser atada”, apostando, essencialmente, na reabilitação urbana, numa altura em que “começa a existir um grande consenso a nível político, técnico e até a nível económico nesta matéria, com os novos quadros comunitários a dar uma ajuda e alguns municípios a avançarem já com as áreas de reabilitação urbana”.    

“Não me parece fazer grande sentido uma aposta residencial em áreas como esta”, acrescentou Paulo Silva, referindo-se às largas centenas de fogos que os promotores privados pretendem ainda criar em Sacavém. “É certo que os municípios não podem fazer nada sem a iniciativa privada, mas é importante terem uma ‘agenda escondida’, que lhes permita saber o que fazer, se aquela ocupação prevista para um determinado local, não se concretizar.” Ou seja, “o que é que, com quase nenhuma intervenção, conseguem fazer nesses territórios, de forma a valorizar aquilo que lá está.”

Em suma, reabilitar, cerzir e consolidar são os conceitos-chave que saem destes debates, e sobre os quais, na opinião dos especialistas convidados, o Município deve incidir toda a sua estratégia de planeamento e gestão urbanística das duas cidades do concelho.  

Além do vereador Tiago Matias, responsável pelos pelouros do urbanismo e ambiente, as sessões contaram ainda com a presença do vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Paulo Piteira e dos vereadores Fernando Costa e António Pombinho. 

 


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